Desde os Acordos de Oslo, em 1993, mais de 40 mil milhões de dólares chegaram à Palestina em forma de ajuda ao desenvolvimento; milhares de organizações não governamentais (ONG) foram criadas. Trinta anos depois, para onde foi o dinheiro? Que avanços permitiu este apoio internacional na resistência contra o apartheid? Esta investigação explora a relação entre ONG, a comunidade internacional de doadores e a sociedade civil e governo palestinianos, centrando-se nas consequências que a agenda de instituições internacionais tem na perpetuação da ocupação colonial por parte do Estado.
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viagens: Líbano e Palestina em 2022, Palestina em 2023
Quase 30 anos depois da assinatura dos Acordos de Oslo, a ocupação da Palestina continua e o apartheid israelita também. Mas durante este tempo, milhares de milhões de dólares foram despejados em “ajudas ao desenvolvimento”. Há uma pergunta que fica: para onde foi todo o dinheiro?
Nesta entrevista, falamos com Mudar Kassis, filósofo, professor do departamento de Filosofia e Estudos Culturais da Birzeit University e também diretor da Dignity Initiative da mesma universidade, sobre a história da ideia de autodeterminação dos povos e sobre a indústria da “ajuda ao desenvolvimento” na Palestina.
Encontramos Maria Daly e Siwar Assili, palestinianos, num pequeno café a sul de Tel Aviv, que é também uma livraria palestiniana – passa música árabe, e serve comida árabe, numa rua onde as bandeiras são todas israelitas. Aqui, “a nossa existência é resistir”, diz Maria. “Ocupar estes lugares como palestinianos. Estar onde não somos desejados.” Uma entrevista sobre identidade e conflito, sobre o que significa ser uma pessoa palestiniana e como se vive com o seu opressor.
Quando a resistência palestiniana à ocupação de Israel vem escrita nos livros de história, dificilmente se aprende outra coisa que não a caminhada de Yasser Arafat até à assinatura dos Acordos de Oslo, em 1993. Só que pelo meio de uma história louvada pela auto-denominada comunidade internacional, digna até de honras de Prémio Nobel, ficou silenciada outra parte da resistência palestiniana: a que recusou os Acordos de Oslo e a solução “dos dois Estados”, que se opôs ao reconhecimento do Estado de Israel, que disse e continua a dizer que à Palestina pertence toda a Palestina Histórica, “desde o rio até ao mar”.
Hoje entrevistamos Khaled Yamani, refugiado palestiniano nascido em Trípoli, no Líbano, e membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina, sobre a resistência armada contra a ocupação da Palestina.