Sinan Eden sobre o referendo na Turquia

Desde uma tentativa falhada de golpe de Estado, em Julho de 2016, a Turquia vive debaixo de um estado de Emergência, decretado oficialmente. Na sequência do mesmo, mais de 40,000 pessoas foram detidas, algumas presas, e muitas mais demitidas de cargos públicos.

Foi neste clima que se realizou, a 16 de Abril de 2017, um referendo que propunha alterações à Constituição Turca. A vitória do “Sim” foi confirmada pelo presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, e pelo Presidente do Conselho Eleitoral, Sadi Guven, por uma pequena margem: 51% para o “Sim”, 49% para o “Não”.

O “Sim” referendo implica a alteração no sistema governamental Turco, transformando-o efectivamente num sistema Presidencial, ao invés do sistema Parlamentar que vigora. As alterações prevêm ainda mais poderes para o Presidente, como o de repetição de eleições, o de decisão do Orçamento de Estado, e o de nomeação de ministros e vice-Presidente.

Falámos com o Sinan Eden, cidadão Turco que vive em Portugal há mais de 5 anos, sobre os resultados deste referendo, o que de facto ele se propunha a alterar em caso de aceitação popular, e as suas repercussões para a Turquia.

No meio de forte contestação dos partidos da oposição (o CHP, Partido Republicano do Povo, da oposição, diz que mais de 1 milhão de votos inválidos foram contados como se fossem válidos e o HDP, Partido Democrático dos Povos, também da oposição, diz que vai contestar o resultado), e perante indícios de fraude eleitoral, procurámos perceber o que de facto se votou neste referendo, o que dizem os vários lados da barricada, e como está a ser a reação das pessoas aos resultados.

Título atualizado a 6 de outubro de 2023, para substituir a citação “A Turquia já não é uma democracia há muito tempo” pela indicação original do tema da entrevista.

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