Deniz Mardin sobre o referendo na Turquia

A 15 de Julho de 2016, os destaques dos jornais em Portugal falavam da possibilidade do governo turco, chefiado pelo presidente Tayyip Erdogan, cair. Uma tentativa de golpe de estado militar liderado pelas Forças Armadas Turcas tentava derrubar o regime. Por dois dias se manteve a dúvida, e por dois dias manteve, o regime, a ideia de que tudo estava controlado.

“Há medo de se expressar, mesmo nas redes sociais. Com um só Tweet, podes ser preso”. Este é, segundo Deniz Mardin, o resultado do estado de emergência implementado depois da tentativa de golpe de Estado de há mais de 8 meses e consecutivamente prolongado desde aí.

Desde a tentativa de golpe de Estado que mais de 100 organizações de media foram fechadas e mais de 40000 pessoas foram presas, segundo o Turkey Purge. Hoje, a Turquia é o país do mundo com mais jornalistas detidos.

Foi com este clima que no último domingo um referendo para uma alteração constitucional foi a votos na Turquia, terminando com a vitória do “Sim” apoiado pelo regime. As alterações da constituição foram por nós já abordadas quando conversámos com o Sinan Eden, no passado domingo e, hoje, conversámos com a Deniz, ativista e médica membro da comissão de Direitos Humanos da Câmara de Médicos de Istambul, e que está a viver em Lisboa por 6 meses.

Desde domingo que milhares de pessoas protestaram nas ruas da Turquia contra o resultado do referendo e contra o processo de contagem de votos e, por isso, quisemos perceber qual foi a resposta da população turca ao referendo. Conversámos também sobre o que se passou durante a votação, sobre o que tem sido viver na Turquia no pós tentativa de golpe de Estado, sobre a crise de refugiados e Curdos e sobre a maneira como têm sido tratados pelo regime.

Título atualizado a 6 de outubro de 2023, para substituir a citação “Na Turquia, com um só Tweet, podes ser preso” pela indicação original do tema da entrevista.

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